Resenha Relâmpago: ASTRO CITY VOLUME 7- A ERA DAS TREVAS PARTE 2

São os anos 1980 em Astro City. E faz frio. Os heróis da cidade ficaram mais sinistros, mais brutais, mais perigosos. Mas Charles e Royal Williams não se importam, porque eles também ficaram. Os dois estão atrás do homem que matou o pai deles em uma batalha de super-heróis muito tempo atrás, e ninguém – herói, vilão, bandido, monstro ou entidade cósmica – será capaz de impedi-los.

Na impactante conclusão de A ERA DAS TREVAS, os aclamados contadores de histórias Kurt Busiek e Brent Anderson trazem uma Astro City lutando pela alma perdida. O futuro pertence aos heróis como a Primeira Família ou o Samaritano? Ou aos vigilantes, como o Ponta de Lança, Stonecold ou o mortífero Cavaleiro Pálido? Os heróis que temos são os que merecemos? IRMÃOS EM ARMAS traz a conclusão do épico mais sombrio de Astro City, uma viagem a uma história alternativa tão real que você juraria que esteve lá.

Astro City sempre é sinônimo de qualidade, revisionismo do bom, e a melhor HQ auto referencial de super heróis fantasiados da atualidade. Sem novidades até aqui. Mas essa saga “A Era das Trevas” abusou! Uma coisa que comentamos aqui na Zona desde que a HQ começou a ser publicada pela Panini é como a obra prima de Busiek consegue evocar memórias de leitores mais antigos, aqueles que chegaram a ler os mixes da editora Abril com aquele sabor de nostalgia setentista, porém em Astro City com a consistência e maturidade no melhor nível a que uma HQ contemporânea pode almejar. A alegoria de Busiek a esta era dos quadrinhos, amparada pela arte competente de Brent Anderson, é perfeita, evocando resquícios de uma era que ainda preservava alguma inocência, no final da Era de Prata dos quadrinhos, para adentrar uma época mais sombria, no início dos anos 80, que é conhecida pelos estudiosos do período, entre outras alcunhas, como…. a Era das Trevas! A imersão que cada encadernado de Astro City provoca no leitor é assombrosa: Cento e poucas páginas de Astro city equivalem facilmente a anos de gibis da Marvel/DC, dada a quantidade de coisas acontecendo em primeiro e segundo (e terceiro) planos e o volume de informação e ação em suas páginas é estupendo!

Ver a transformação dos irmãos Charles e Royal, de cidadãos comuns de Astro City, meros espectadores nesse teatro fantástico de heróis e monstros, para algo mais… extraordinário também foi uma experiência única ao longo desses dois últimos encadernados. Incrível é ver como Astro City entrega histórias individuais excelentes ao mesmo tempo que constrói e amarra a cronologia de seus ilustres habitantes e grupos superpoderosos, e além disso TAMBÉM constrói a mitologia da cidade em si! Senhoras, senhoritas e senhores, quando eu digo que não existe HQ parecida, vocês deveriam me levar mais a sério…

Eu, pessoalmente, prendi a respiração esperando que o destino dos irmãos, obcecados por vingança, tivesse um final triste e violento, mas novamente Busiek surpreende com um ótimo plot twist – que inclusive remete ao primeiro encadernado!!! – , e claro, pontas soltas que sem dúvida devem culminar em outro arco incrível futuramente.

A molecada hoje em dia anda abusando da palavra “Épico” para muita porcaria, mas para definir Astro City, somente “ÉPICO” dá conta mesmo…

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Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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