Resenha Relâmpago – HELLBLAZER RENASCIMENTO VOLUME 4

Eu deveria ter desconfiado quando ganhei essa HQ, mesmo depois de ter lido os três volumes anteriores e nada de bom ter saído deles. Sim, nas últimas 3 Resenhas Relâmpago de Hellblazer Renascimento eu já tinha atestado o quanto esse gibi NÃO vale a pena. Mas o destino parece pregar peças em mim, querendo que eu enlouqueça de tanto ler gibi ruim, e botou (mais) essa bomba em minhas mãos. Então vamos lá: Depois de três arcos ruins de doer nos encadernados anteriores, que estragaram todo o contexto de magia de John Constantine nessa nova fase da DC, o insulto final fica por conta de inserir super heróis nesse arco derradeiro.

Constantine versão Cracolândia?

A trama dessa vez gira em torno de possessões demoníacas afligindo um antigo interesse romântico de John. Pra baixar o nível de vez, o arco começa com Constantine BROXA (é sério isso!) e envolve super heróis, mais precisamente a vigilante Caçadora, da Bat-família. Aqui vemos aquela velha rotina do “começam-como-inimigos-depois-viram-aliados’ executada sem muita criatividade. Tudo aqui é previsível. A história que Tim Seeley nos apresenta é bem aguada e nem sequer a menção e uso de personagens desenvolvidos por Jamie Delano e Garth Ennis, por exemplo, consegue empolgar. Os principais adversários demoníacos (como Nergal, Blatoxi, Norfulthing e o demônio do arco “O Filho do Homem“, entre outros) de Constantine são novamente invocados, todos AO MESMO TEMPO, e no fim das contas, parece que juntos são mais fáceis de lidar do que foram separados, em suas histórias passadas! Pra deixar a coisa mais deprimente as capas de Sean Phillips, que por bastante tempo foram a cara da HQ do Constantine nos bons tempos da Vertigo, parecem pálidas, quase envergonhadas em envolverem esse material tão fétido. Isso foi o prego final na tampa do caixão dos saudosistas.

Não se animem muito, esse Nergal não tá com nada…
Na verdade, toda a galeria do Constantine é muito mal aproveitada nessa história…
A única fase pior que a Renascimento em Hellblazer é a fase DC You. E o roteirista tem a pachorra de fazer menção a ela!

A arte não ajuda em nada e continua pavorosa, ruim de doer. Parece que o estagiário derramou café nos originais e redesenhou apressadamente colocando outra folha por cima dos originais borrados. É de dar saudades do Liefeld como eu sinto saudades do Temer agora (Volta Temer! Nunca odiei você!). Enfim, pra resumir, não é surpresa nenhuma o título ter sido cancelado lá fora. A surpresa mesmo foi ter demorado tanto pra ser cancelado. Essa joça passou de vinte edições! Isso é o inimigo botando a gente pra ler porcaria! Tá repreendido em nome de Bafomé!

Nem uma capa do Sean Phillips salva…
Nem uma capa do Sean Phillips com uma vagina dentada demoníaca encarando o John salva!

Lembrem-se de mim.

Nunca se esqueçam de meu sacrifício.

Eu tive que ler essa bosta para que vocês não precisassem fazê-lo. Lembrem-se do meu sacrifício. Não deixem minha história sumir no tempo. Contem a seus filhos. Aos filhos dos seus filhos. Contem a eles sobre o sacrifício que Eduardo Cruz da Zona Negativa fez ao ler os quatro encadernados da fase Renascimento de John Constantine – Hellblazer, sacrificando tempo, dinheiro e um pouco de sanidade para que vocês não precisassem fazê-lo. Para que vocês soubessem que isso é uma bosta fenomenal, um desperdício de papel lamentável. Quando vocês olharem para as estrelas de noite, lembrem-se de mim…

Eduardo Cruz (@eduardo_cruz80)

Editora Panini.
140 páginas.
Capa cartonada.
R$ 21,90

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Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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