Sabe aquela pessoa bonita que você conhece no Tinder,
mas que quando você vai bater um papo se liga que a parte interessante dela é
só a beleza mesmo?
Pois é, Skybourne é exatamente isso, belíssima, porém vazia.
A história começa com a Grace Skybourne (desenhada como Cho faz com maestria), mas logo, o bastão do protagonismo é entregue para seu irmão, Thomas, que é um personagem interessante com suas contradições e dubiedades, mas que foi mal trabalhado dentro da HQ. O objetivo dos irmãos é impedir os planos de um vilão megalomaníaco que pretende abrir o portão de pandora e tacar fogo no parquinho do mundo.
Tentando dar uma continuação moderna para as lendas do Rei Arthur, Cho tentou brincar com rimas visuais, mas abusou da fórmula e acabou transformando isso num ponto negativo. Umas 10 criaturas foram mortas com tiro de bazuca na cabeça. Violência gráfica é legal, mas depois da quinta morte igual, começa a ficar chato. Fora as vezes que o autor não sabia mais como seguir a trama e acabou colando das páginas anteriores. Falando nisso, Wolverine Selvagem mandou um abraço! (HQ ilustrada pelo Cho mesmo) Fora que a HQ parece ter sido escrita às pressas só pra gerar uma adaptação para cinema.
Nem tudo é ruim nessa HQ e os principais pontos positivos estão na arte, algo que Frank Cho faz com maestria. As cenas de ação conseguem empregar um ritmo gostoso de ler, fazendo a história fluir e te prender mesmo com o roteiro pouco inspirado. Além disso, os monstros mitológicos da edição são baseados nas criaturas de stop motion clássicas de Ray Harryhausen, (vê no Google) que fizeram parte da infância de muita gente e que casaram muito bem com a história e além disso, temos a participação de uma criatura tchutchucosa saída diretamente das páginas de Lovecraft.
O que vale mais numa HQ? Se pra você são só belas ilustrações com referências legais, dê um match nessa edição.
Resenha por: João Garaza
Instagram: @joaogaraza
Editora Mythos
Compila as edições #1 a #5 da minissérie Skybourne
164 Páginas
Capa dura.
R$ 72,90