Provavelmente um dos títulos mais subestimados na época do anúncio da linha Hanna-Barbera Beyond da DC Comics, que se trata da reinvenção dos famosos personagens do estúdio de animação, Os Flintstones foi uma grata surpresa para boa parte dos leitores. Poucos meses após seu lançamento pela Panini em dezembro do ano passado, criou-se um hype acerca desse primeiro volume e nós resolvemos conferir o motivo do entusiasmo da galera.
Incumbidos de reimaginar e modernizar a tão conhecida e amada família pré-histórica, o roteirista Mark Russel (Prez) e o desenhista Steve Pugh (Santo dos Assassinos) nos apresentam a próspera cidade de Bedrock, onde Fred e Barney residem com suas famílias e trabalham na Pedreira do Pedregulho, empreendimento mais importante da cidade. O progresso chegou e os homo sapiens precisam se adaptar a novas convenções sociais. Pela ótica de Fred, um veterano das guerras paleolíticas e avesso a novas tecnologias, acompanhamos as situações do dia a dia dessa família moderna da idade da pedra.
Durante as histórias, Mark Russel aborda temas como sociedade de consumo e espetáculo, relações abusivas no ambiente de trabalho, banalização das artes, dificuldades de reintegração social de ex-combatentes de guerra, manipulação de massas através da mídia e religião, sempre em tom de sátira e traçando paralelos com a sociedade atual.
Algumas edições, sofrem de uma certa falta de ritmo, com situações soltas e caricatas que geram diálogos pouco espontâneos, fazendo-os parecer saídos de um livro de autoajuda. Em outras porém, o acerto na execução contribui pra uma leitura fluida e divertida, como na edição do embate entre os movimentos contra e a favor da monogamia e institucionalização do casamento. No geral, Os Flintstones é um gibi divertido, com ótimas idéias que se destacam quando bem utilizadas e arte soberba do sempre competente Steve Pugh. A mensagem aqui é clara: Não acredite no hype.
Capa cartonada, reúne as edições The Flintstones #1 a #6
168 páginas
R$24,90