Essa eu tive que trazer aqui, ainda fresquinha, porque não é todo dia que você acerta no filme EEEEEEE ainda por cima descobre uma banda incrível tocando nos créditos finais! Por conta disso, essa experiência teve que ser registrada aqui na primeira edição dos Drops da Zona, onde a gente vai tentar, de modo rápido e rasteiro, deixar recomendações de coisas legais que podem, por acaso, ter passado batido de vossos radares, taokei? Além disso, é também uma boa desculpa pra recomendar filmes pra galera, afinal, sempre tem um filme muito bom que você ainda não viu, só aguardando ser recomendado. Eis que tô assumindo essa função no texto de hoje!
1 – O Filme
Come To Daddy é um thriller com toques de humor negro e cenas de violência gráfica que atacam o espectador sem qualquer aviso e fazem bater uma culpa por fazer a gente rir – mesmo que de nervoso – em um ou outro momento de alta tensão. O filme é o primeiro longa de Ant Timpson, mas não pensem que o cara é um novato. Timpson já esteve envolvido em outras produções indie com propostas bem bacanas, como o já alçado a cult Turbo Kid, o divertido Deathgasm e a antologia de horror The ABCs of Death 2.
A trama é bem descomplicada e pode ser resumida em uma única frase: Um homem viaja até um local remoto em busca da cabana onde seu pai mora, com quem ele nunca conviveu, a fim de estabelecer uma conexão entre pai e filho. Parecem duas horas de chatice, né? Mas não são!
Norwal Greenwood, personagem de Frodo Elijah Wood, recebe uma carta de seu pai pedindo desculpas pelos anos de ausência e propondo um encontro para ambos acertarem os ponteiros após quase toda uma vida sem contato. Chegando na tal cabana, ele encontra Gordon, interpretado por Stephen McHattie (O Coruja idoso do Watchmen de Zack Snyder), que causa enorme estranheza a Norwal. Entretanto, o rapaz faz o seu melhor para prosseguir com a reconexão com o seu velho, até que as coisas vão ficando mais e mais estranhas e tensas.
Uma merda grande acontece, bem como uma reviravolta que se não é totalmente imprevisível, ao menos funciona perfeitamente bem, como se nunca tivéssemos visto algo similar em outros filmes por aí. Mas já vimos. E mesmo assim isso não incomoda. Segue o filme e a história fica ainda mais surtada. E aí pronto, você já está fisgado! Quando nos damos conta, estamos todos mergulhados em revelações chocantes e em meio ao mundo de problemas que engolfou Norwal.
Agora, o rapaz precisa se manter vivo, fazer o seu melhor (pra um millennial fracote rs) com resultados tragicômicos e proteger sua mãe antes que mais merda aconteça. Entre canetas sujas de ‘extremento’ e garfos para pescar salsichas de cachorro quente sendo usados nas partes baixas de um azarado qualquer, um penetra em uma festa de casais swingers, até a cena da trepanação radical extrema, somos brindados com um ótimo suspense que perturba e incomoda até o fim.
Claro, como todo filme de estréia, Come To Daddy também tem lá seus defeitinhos e momentos que emperram de leve, mas a simplicidade e o vigor do argumento, as boas atuações do elenco comprometido, junto com a sucessão de idéias que fazem a tensão atingir um crescendo com explosões de violência e, claro, os personagens deliciosamente esquisitos e imprevisíveis fazem desse filme uma experiência daquelas onde o espectador só destranca os músculos da bunda e expira calmamente quando sobem os créditos finais. Ou talvez demore mais alguns minutos.
2- A Banda
E então, após os noventa e poucos minutos da experiência (positivamente) indigesta que vivenciamos junto com o personagem de Elijah Wood, sobem os créditos finais, e é aí que descobrimos The Paradise Bangkok Molam International Band !
The Paradise Bangkok Molam International Band produz um som psicodélico mesclado à música tradicional tailandesa, denominada Mor lam ou Molam, e por mais estranho que esse mix possa soar, o resultado final empolga e é bem competente em agitar em canções como Show Wong Molam International, música dos créditos finais de Come To Daddy. A banda incorpora blues, folk e até dub nas composições e tem uma sonoridade única, mas se você botasse uma arma na minha cabeça pedindo por um parâmetro, eu te diria que guarda alguma semelhança com o Dengue Fever, por sua mistura de música pop sessentista e rock psicodélico.
A banda já rodou pelo mundo inteiro e se apresentou em festivais como o Glastonbury na Inglaterra e o Off Festival na Polônia. No Brasil, segue sem confirmação de shows porque… bem, vcs sabem…
E pra finalizar, como não ver o título do filme e não lembrar do tenebroso clipe do Aphex Twin??? Essa eu tinha que dividir heheheheh. Eu fico por aqui e até o próximo Drops!
Ah, e se tiver alguma recomendação pra gente pode deixar aí nos comentários!
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Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.
Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.