Em 2003, quando eu tinha 10 anos, o filme A Liga Extraordinária me conquistou. Amei ver personagens como Dr Jekyll e Mr Hyde, Dorian Gray e mais alguns outros personagens inventados juntos. Mais tarde descobri que todos existiam na literatura e em obras que estão completamente dentro do meu interesse.
Mais um pouco pra frente descobri ainda que toda essa trama de fazer uma equipe de super-heróis da Era Vitoriana com clássicos da literatura saiu de uma HQ. Avançando mais um pouco no tempo descobri que se tratava de uma HQ de Alan Moore. Alguns anos se passaram e eu finalmente tive a oportunidade de ler essa preciosidade e conhecer a história original.
Pois bem, no meio de uma troca de fraldas e outra da minha filha recém nascida descobri que a HQ é realmente mais uma obra prima do Moore. O jeito como ele pega coisas simples e as transforma em narrativas épicas é assombroso. A arte do Kevin O’Neill não fica atrás e traz um ar de classe com pitadas de insanidade e ação desenfreada.
Bem, mesmo sendo mídias completamente diferentes, para mim, é impossível não comparar a versão cinematográfica com a impressa.
Sinceramente acho ambas excelentes aventuras. O filme muda alguns elementos para mostrar mais ação enquanto a HQ nos leva ao lado mais sutil da espionagem e da estratégia.
Mas isso não faz uma ser melhor do que a outra. O Mr Hyde do filme, por exemplo, é uma obra de arte em si. Os efeitos assustadores da sua transformação são tão bons e convincentes que inspiraram até às novas aventuras do Hulk (é sério, repara só).
Outra observação que tenho a fazer é sobre um recurso do meu celular que conheci só agora. Ele usa a câmera do celular para identificar caracteres e traduzi-los a partir de uma foto. Cara, isso me ajudou muito na leitura das partes em chinês e árabe!!! OK, as vezes as traduções ficam meio sem sentido, mas já ajudam a complementar a leitura de qualquer forma. Esse recurso se chama “Google Lens” e talvez esteja disponível no seu celular. É, digo talvez porque eu não entendo muito de tecnologia e inclusive achei isso na mais pura cagada.
Veja o Google Lens na prática!
Após serem recrutados pelo misterioso Mr. M, (Não, não é o do fantástico, sério) um grupo de esquisitões da literatura do século 19 precisa vencer suas diferenças para conseguir recuperar um mineral fantástico conhecido como Cavorita, que apesar de não ter sido criada para isso, pode trazer a guerra e a destruição para a Inglaterra caso continue nas mãos erradas. Se não bastasse ser um grupo completamente heterogêneo, seus membros ainda precisam lidar com uma traição interna antes de concluir seus objetivos. Tá curioso pra saber quem são os protagonistas?
Tá, eu falo.O grupo é formado pela Srta Mina Murray, Ex-crush do Drácula; Allan Quartermain, o véio que passou a mão nas minas do rei Salomão; Pelo Hawley Griffin, aquele esquisitão sem sombra, sabe?; Pelo Capitão Nemo, vilão de vinte Mil Léguas submarinas e pelo Mr. Hyde, do livro O Médico e o Monstro, aquele que bebe uma parada e sai metendo a porrada em geral, sabe? (Não, não to falando do seu tio bêbado) Tá, mas quem é o Mr. M? Pô, meu cumpadi, lê a HQ e descobre sozinho. Quer a faca e o queijo na mão?
Sei que é um material meio caro, mas acredito que valha a pena correr atrás das versões completas. Eu, pelo menos, vou.
Texto por João Garaza (instagram: @joaogaraza)
Editora Pandora Books
Compila as edições #1 a #6 da série The league of extraordinary gentlemen, da America’s Best comics.
148 páginas.
Capa cartonada.
R$? Sei lá, peguei num rolo, pô.
Garaza tem um senso de humor exótico. (Algo entre tio sukita e pessoa que devia estar internada) Começou a ler HQs em 2006 e desde então acumula pilhas e mais pilhas de celulose superfaturada.
Fã do Capitão América, Deadpool, Batman e Lobo. Apreciador de autores e histórias despretensiosos.
Gosta também de passeios ao pôr do sol, andar de mãos dadas e está a procura de um novo amor. Joga a foto pra direita pra gente dar match!
;)