Chegamos na metade do épico de Sean Murphy nessa edição 4, que expande sua trama principal e subtramas, acrescentando mais elementos a mitologia do seu Batverso. Após tomar controle mental de vários super criminosos e utilizá-los em um ataque organizado ao Distrito Financeiro da cidade, Jack Napier obtém documentos que não provam nada, só que o Coringa é um filho da… ops, digo provam a existência do “Fundo de devastação do Batman” que tem um valor anual de três bilhões de dólares e foi inserido no “Fundo de reparação de desastres ambientais” sendo ocultado por uma empresa privada que pertence ao prefeito. Já em edições anteriores descobriu-se como a elite de Gotham se beneficia das ações do Batman, parasitando o Estado e mantendo total controle do mercado imobiliário. Essas revelações são a plataforma política para a candidatura de Napier a vereador.
É adicionado mais um lado a essa disputa quando a segunda versão da Arlequina encontra o Chapeleiro Louco, tomando para si o controle mental dos supervilões, que outrora era de Napier (em uma bela duma forçada de roteiro). O propósito da moça é libertar o Coringa que ela acredita estar aprisionado em Napier devido as pílulas que aparentemente curaram a sua sanidade. Poucos quadros são utilizados para contar a origem da segunda versão da Arlequina de forma excelente, mostrando mais uma vez o quão bem sacado foi acrescentar duas Arlequinas a essa mitologia, tanto para a trama e também sem perder a ligação com a cronologia principal que os leitores estão acostumados.
Por outro lado, Napier se aproxima de Duke Thomas, aqui um ex-policial e veterano do Afeganistão, que é uma liderança local no periférico bairro de Backport. Com o apoio de Duke, ele ganha a confiança da comunidade incitando-os a uma revolução contra a elite e a classe política corrupta, para pegar de volta a cidade e o poder para o povo. Também se aproxima de Gordon e do DPGC, prometendo reverter o tal fundo de 3bi para a polícia, trazendo melhorias de equipamentos e criando uma força tarefa para lidar com os supercriminosos. Já Batman está cada vez mais isolado e perdido após a morte de Alfred, com seus aliados Asa Noturna e Batgirl duvidando de suas capacidades e repensando seus próximos passos sem a supervisão do Morcego.
Aqui, a saga continua se mostrando interessante e vai montando suas peças, desenvolvendo com habilidade os acontecimentos que levaram a prisão de Batman no Arkham e a visita de Jack Napier pedindo por sua ajuda, como vimos na primeira edição. O regenerado Coringa, agora disposto a ser o Cavaleiro Branco de Gotham, segue tentando manter o demônio aprisionado mas reconhece que a sua influência é poderosa demais. Com a outra Arlequina disposta a libertá-lo a qualquer custo, por quanto tempo isso durará? Afinal de contas o Coringa é mais que apenas um homem, ele é uma rebelião.
Editora Panini
Compila a edição #4 de Batman: White Knight
Capa cartonada, 28 páginas, R$7,50