Seguimos acompanhando mensalmente o desenrolar do bat-épico de Sean Murphy aqui na Zona e nessa edição 5 o foco da trama deixa de ser Napier e volta-se para o Homem-morcego. Foram quatro edições com o antigo Coringa movimentando suas peças no tabuleiro de Gotham, minando Batman física e mentalmente, cooptando seus aliados e arruinando sua reputação com a população, além de incitar uma revolta popular das minorias periféricas contra a elite da cidade.
Nesse ponto, Batman está totalmente isolado e sem apoio, pois todos os seus aliados decidem seguir os métodos de Napier, agora eleito vereador. Por ser o único a ainda duvidar da recuperação do Coringa, o bobo, o joker, o palhaço, Batman segue com as investigações que o levam a suspeitar do controle mental feito aos outros supercriminosos e a destruição proposital da Biblioteca de Backport, também utilizada por Napier como plataforma eleitoral. Mas no meio disso uma avalanche de acontecimentos cai sobre a cabeça do Cavaleiro das Trevas.
A segunda Arlequina, agora conhecida como Neo Coringa detém o controle dos super criminosos e decide invadir a mansão Wayne à procura de documentos que comprovam uma aliança dos Wayne com o ex-nazista Victor Fries, vulgo Sr. Frio, envolvendo um projeto de túneis subterrâneos.
Ao forçar a entrada, Neo Coringa com a ajuda da Hera Venenosa descobre um aposento secreto na Mansão, que o próprio Bruce desconhecia, um quarto que guardava em uma gaveta documentos ultra sigilosos. O maior detetive do mundo, que não sabia da existência de um quarto secreto dentro da própria casa, vai no encalço da Neocoringa e seu bando após ter sido furtado. Como não lembrar de Corte das Corujas do “roteirista” Scott Snyder, onde a Corte mantinha um décimo terceiro andar construído secretamente em todos os prédios Wayne, utilizado para suas operações por décadas, sem o conhecimento do grande detetive? Ao meu ver, pelo menos Murphy foi menos ofensivo.
Forçadas de roteiro a parte, a OTG (Opressão ao Terror de Gotham) idealizada por Napier para combater supercriminosos e composta por Asa Noturna, Batgirl, Montoya, Duke e Bullock, se junta a perseguição ao bando da Neocoringa. Com seus próprios Batmóveis, uniformes de piloto de corrida com cores individuais e seus respectivos bonézinhos, imaginei se a qualquer momento seus carros não iriam se juntar e formar um robô gigante digno dos Super Sentais. Uma confusa cena de colisões se seguiu, mas nada de robô gigante, felizmente.
Apesar de escorregar nessa edição, não acredito que a trama tenha se comprometido. O desenvolvimento da mesma até este ponto foi fluido e captou o interesse em todas as edições, mas agora já na segunda metade da série, resta saber se Murphy não deixou a peteca cair logo no final.
Editora Panini
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Capa cartonada, 28 páginas, R$7,50