Resenha Relâmpago: BATMAN- CAVALEIRO BRANCO #6

O DPGC agora considera Batman um super criminoso. A caçada se inicia, e Napier aproveita todo o rancor que os antigos aliados nutrem pelo homem morcego para jogar a OTG com tudo em cima dele. Depois de ser facilmente ludibriado pela operação montada pela OTG e o DPGC, Batman colide com o Batmóvel, escapa e logo em seguida é surrado até a inconsciência por Napier, que vinha treinando com a Arlequina algumas semanas antes, visando o embate mano a mano com seu rival. Logo em seguida, é levado como um troféu por Napier para ser trancafiado no Arkham. Enquanto isso, a Neocoringa e o Chapeleiro Louco, de posse dos documentos e plantas subterrâneas roubadas na mansão Wayne, descobrem uma super arma nazista escondida no porto de Gotham. Com a cidade inteira nas mãos, a Neo Coringa começa a fazer suas exigências.

Primeiramente vamos falar do que talvez seja a melhor coisa dessa sexta edição: O Batmóvel clássico do filme de 1989 de Tim Burton ficou incrível no traço de Sean Murphy. A cena de perseguição envolvendo os Batmóveis é de tirar o fôlego e só confirma que o Batmóvel do filme de 89 é o melhor de todos. Dito isto, após um início bastante promissor com a trama, Sean Murphy parece ter encontrado problemas na condução para o desfecho de sua Bat-saga. Todas as situações criadas e até mesmo os diálogos soam um tanto exagerados nesse ponto da história, desde sugerir o envolvimento da família Wayne com nazistas e depois mostrar que “não é bem assim”, até o surgimento de um super canhão congelante no meio do porto de Gotham, que obviamente é usado para congelar a cidade inteira só para mandar um recado. A Neo Coringa é uma vilã bem construída, mas Murphy pesa a mão ao forçar a barra para que ela se torne uma grande ameaça em um espaço de tempo muito curto. Sinto falta daqueles diálogos afiados das primeiras edições e dos retcons bem sacados de alguns personagens clássicos, o que caracterizava e acrescentava bons elementos narrativos a esse Bat-verso.

A figura do Batman falho me é interessante. Acredito que boas histórias podem surgir desse prisma. Essa faceta já foi bem abordada diversas vezes por vários autores, mostrando o Cavaleiro das Trevas em início de carreira ou já com certa experiência como vigilante. Em Cavaleiro Branco, apesar de um elseworld, Murphy nos mostra um Batman já estabelecido e atuante em Gotham há mais de uma década. Mas desde o início da saga é impulsivo, ultra-violento, arrogante e por várias vezes um verdadeiro pau no cu com seus aliados, o que serviu apenas para facilitar o trabalho de Napier de convencê-los que Batman é um símbolo retrógrado em uma Gotham que está em intensa mudança política-social. Desde a primeira edição identifica-se a doença terminal de Alfred como motivo dessa mudança de comportamento e o tom mais agressivo, mas com a sequência dos acontecimentos isso acaba não sustentando a sucessão de erros juvenis e o descontrole emocional que o Batman de Sean Murphy apresenta. Faltando somente duas edições para o final da saga, confesso que nós aqui na Zona estamos um tanto ressabiados com a direção que a trama está tomando e o receio de tudo descambar para um massavéio sem freios é real.

Editora Panini
Compila a edição #6 de Batman: White Knight
Capa cartonada, 28 páginas, R$7,50

Reinaldo Almeida Jr
Reinaldo Almeida Jr, também conhecido como Ray Junior, é narrador de RPG, leitor inveterado e um apaixonado por quadrinhos que anseia fundar seu próprio clube da luta de cultistas a deuses lovecraftianos, viajar pelo multiverso em busca de suas outras versões de terras paralelas para lhes contar que nada é verdadeiro e tudo é permitido, dando início a revolução invisível que nos elevará a quarta dimensão.

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