Resenha Relâmpago: DEADPOOL VERSUS JUSTICEIRO.

O rei do nonsense quadrinhístico acaba de voltar à zona, e desta vez acompanhado de alguém com o calibre grosso.

Dois dos personagens mais sanguinolentos da Marvel juntos numa mesma revista não poderia dar em outra. A violência gráfica extrapola os limites que uma HQ da Marvel sem qualquer classificação indicativa, mas sinceramente, tô nem aí.

O quadrinho se apresenta de forma despretensiosa com roteiros de Fred Van Lente (Zumbis Marvel  4 e outras HQs recheadas de “massavéismo”) e com a arte de Pere Pérez (X-Men Gold, Luke Cage e punho de ferro) A vida dos dois anti-heróis acaba se chocando quando um certo Pen drive muito especial contendo milhares de informações bancárias de diversos criminosos deve ser protegido por um dos protagonistas e destruído pelo outro (Você nunca vai adivinhar…), criando aquela clássica rivalidade, que no final das contas acaba se transformando na velha parceria do “inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Apesar de ter uma premissa bem simplista, o autor consegue criar uma trama divertida com dezenas de participações especiais, personagens bizonhos e reviravoltas interessantes o suficiente para fazer esse encadernado alcançar um nível de qualidade além do esperado de um simples gibi “versus”, que geralmente só serve pra agradar fanboy mimado. A minissérie conseguiu misturar muito bem o roteiro com sequências de tirar o fôlego tanto por serem bem desenhadas quanto por serem muitíssimo bem construídas a nível de narrativa, tornando falas desnecessárias em diversos momentos. O que é quase impossível de se esperar ao ler uma HQ do Mercenário tagarela, que geralmente nos cativa justamente pelos diálogos excessivos que sempre expõem mais e mais da fragilidade emocional do personagem.

O dinamismo da arte de Pere Perez.

Particularmente falando, sou fã de ambos os personagens, então fiquei duplamente contente com esse quadrinho e com a forma que ele conseguiu explorar bem os dois sem fazê-los perder sua essência e ao mesmo tempo realçando a personalidade do outro. O justiceiro sério consegue ser o contraponto perfeito do Deadpool, que não leva nada a sério e vice-versa.  A trama é capaz de agradar fãs de ambos os personagens e se torna um bom material para se guardar e quem sabe até reler de vez em quando…

Texto por João Garaza (instagram: @joaogaraza)

Editora Panini.

Compila as edições #1 a #5 da minissérie Deadpool vs. Punisher.

112 páginas. Capa cartonada.

R$18,90

João Garaza
Bacharel em publicidade, ator, diretor e escritor que não se destaca em nenhuma dessas áreas.
Garaza tem um senso de humor exótico. (Algo entre tio sukita e pessoa que devia estar internada) Começou a ler HQs em 2006 e desde então acumula pilhas e mais pilhas de celulose superfaturada.
Fã do Capitão América, Deadpool, Batman e Lobo. Apreciador de autores e histórias despretensiosos.
Gosta também de passeios ao pôr do sol, andar de mãos dadas e está a procura de um novo amor. Joga a foto pra direita pra gente dar match!
;)

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