Resenha Relâmpago: DRAGONERO – O CAÇADOR DE DRAGÕES

Lançada em fevereiro deste ano pela editora Mythos, Dragonero é para qualquer leitor que curte ótimas aventuras. Mas não são essas aventuras de sessão da tarde não, pode esquecer. Com uma narrativa gráfica espetacular essa impressionante HQ nos apresenta a saga de cinco grandes personagens: o mago Albeon, a oficial e astuta Myrva, a monja guerreira Ecuba, e o ex-oficial do Império Ian Aranill junto de seu amigo Orc Gmor, todos entram em uma batalha épica para salvar o mundo de uma inesperada devastação que está emergindo da Terra dos Dragões. A Antiga Interdição, que mantém os abominosos longe do império, poderá se romper e causar grande perigo.

Roteirizada por Luca Enoch e Stefano Vietti e desenhada por Giuseppe Matteon, estes caras realizaram um trabalho profundo e de qualidade capaz de atrair leitores de diversos gostos e idades, pois Dragonero narra uma história atemporal e que vai além de qualquer idade.

E sim a HQ apresenta uma interessante e rica mitologia sobre os dragões, imagine um império onde residem humanos, mas nas redondezas existem lugares que abrigam elfos isolados, soldados caçadores de dragões, mulheres guerreiras e tantas outras coisas, agora imagine que em vista o Caos imprevisível toda essa diversidade estará ameaçada ou entrará em conflito, uma grande guerra se aproxima. Recheada de magia, batalhas chocantes e momentos de muito humor, Dragonero entrega uma história tão autêntica e convincente que se fosse um filme deixaria Marvel e Dc no chinelo, e lamento dizer Conan, mas você teria de compartilhar os holofotes dos cinemas com essa grandiosa HQ.

Um ponto fabuloso desse quadrinho foi de os autores desenvolverem uma história tão rica e completa em relativas poucas páginas (quando a história é boa você sempre quer que ela dure um pouco mais). É uma leitura que te prende, não sei até que ponto o mago Albeon está envolvido nisto.

E os personagens… Tão carismáticos e profundos, cada um dotado de personalidade única, são peças fundamentes da história, a dinâmica deles no enredo determina o tom da narrativa. Juntos eles formam uma equipe muito bem organizada e determinada a resolver o problema que está para destruir o mundo. O clima passado nesta aventura torna os personagens muito reais, a interação entre eles muitas vezes cômica ou trágica os tornam quase familiares, por mais que tenhamos dois irmãos neste grupo, entretanto para saber você terá de ler a HQ, segredo de Orc, eu juro.

Existe a trama principal, o fio condutor que desencadeia os fatos, entretanto em Dragonero os desafios que os personagens passam além dos lugares desconhecidos e exóticos que visitam para conseguirem os artefatos para cumprirem o objetivo final torna a história ainda mais curiosa e surpreendente, vale destacar também a extrema atenção dada a todos os personagens principais, todos são desenvolvidos de maneira bem orquestrada, nenhum serve como apoio e cada um contribui com suas habilidades em momentos triviais.

Claro que não se pode ignorar a ambientação. O fato da história não ser colorida só valoriza ainda mais os desenhos de Dragonero que são fenomenais, os detalhes são de impressionar, as florestas, os castelos, as expressões faciais dos personagens, as armas e cenas de luta, tudo é construído para transmitir a melhor experiência possível de leitura A ambientação desenvolvida foi muito bem feita, rapidamente você sente imerso na história.

Curiosidade interessante: A HQ tem um vocabulário próprio, chamado de Língua Antiga, tudo é muito bem explicado antes de iniciar a saga, fica tranquilo que você não ficará perdido com palavras novas, muito pelo contrário, isto só enriquecerá a sua leitura, Dragonero também conta com um mapa próprio do mundo em que a narrativa se passa. Se você é fã de RPG ou curte histórias de fantasia com ação emocionante, cenas de lutas épicas, momentos dramáticos e situações de tirar o fôlego vai adorar esse quadrinho.

Editora Mythos
Capa Cartonada, P&B 292 páginas
R$ 34,90

Goes Murdock
Ler e escrever é uma necessidade diária assim como comer.

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