Quem nunca desejou uma segunda chance?
Apagar o passado, tomar um novo rumo, adquirir novos hábitos, uma nova reputação. Deixar de ser cuzão, ou deixar de ser bonzinho. Você escolhe. Estou falando da chance de uma vida completamente nova. E aí? topa? Mas… você sabe como funciona a magia. Se você quer muito algo, terá que dar outra coisa em troca. Por isso mesmo devemos tomar bastante cuidado com o que desejamos. Às vezes o preço a se pagar é alto demais.
Tomamos como exemplo a vida, morte e desmorte de Matthew Pascal, “O Homem que Viveu Duas Vezes”, história escrita por Tiziano Sclavi e desenhada por Andrea Venturi, publicada neste quinto volume da Editora Mythos!
Deveria ser mais um dia como todos os outros em Londres. Dylan Dog, o detetive do pesadelo e Groucho, seu hilário parceiro, conversavam sobre “acasos” quando um artigo que citava a história de um homem desaparecido veio a tona. Sem mais nem menos, o outrora bem sucedido pai de família, bom cidadão dado como desaparecido há 7 anos após sair para comprar cigarros, Matthew Pascal, o homem do artigo em questão, bate na porta do escritório. Completamente desorientado, homem não se lembrava do seu passado, tampouco o que fez durante todos esses anos.
Na noite do mesmo dia, noutro lado da cidade, um outro “Matthew Pascal” ergue-se do seu túmulo. Idêntico a sua imagem e semelhança, este outro se chama Adrian Mehis, e infelizmente as semelhanças param por aí. Conhecido pela sua violência e ligações com o crime organizado, o desmorto doppelganger não voltou atrás de respostas, e sim vingança, o que incia uma onda de assassinatos extremamente brutais, e acabam incriminando o pacato homem de família recém aparecido.
Mas afinal, o que esses dois homens idênticos e tão diferentes que “voltaram à vida” no mesmo dia tem em comum? qual a relação deles? o que Matthew Pascal fez durante todos esses anos? E exatamente do que Adrian Mehis quer se vingar? Qual o preço da tal segunda chance? Seria tudo isso um acaso? e vocês acreditam em acaso? Bom, só encontraremos as respostas depois de enfrentar o pesadelo!
Como podem ver, não falta suspense e morte iminente por aqui. A história nos apresenta mais perguntas que respostas até o final, nos bombardeando com cenas absurdas e violência na medida certa, nos passando a impressão de estarmos assistindo a um thriler clássico! E não por acaso, também. Conforme a própria introdução(vocês leem as introduções, certo?), o título é: “…no estilo daqueles apreciados por Alfred Hitchcock a uma atmosfera das criações de Stephen King e a algumas citações do romance de um escritor e dramaturgo siciliano Luigu Pirandello”. De fato. O mistério e o terror estão presentes durante toda a história e ajudam a manter o leitor completamente preso. Os traços de Andrea Venturi transmitem as cenas de uma forma aterradora e impactante, com sangue, ossos, entranhas, brutalidade e tudo mais. Às vezes tão absurdas que dão um toque surreal!
No mais, todos os elementos de uma boa história de Dylan Dog estão ali. O Inspetor Bloch, figura paterna e amigo de Dylan Dog, é bastante presente na trama conduzindo as investigações sobre os assassinatos. Destaca-se o momento em que o incrédulo meganha teve que rever seu ceticismo exacerbado apresentado ao longo da história, que pode lhe render consequências fatais. Groucho também está bastante presente e rende ótima participação com seu número de boas piadas ruins que conduzem a uma conclusão hilária. Ah, e sim, o Dylan dá uns pegas em sua “cliente da vez”, pra variar.
O que mais poderíamos pedir?
Ah, quem sabe um preview de 10 páginas da nova série do Dylan Dog? Tá na mão!
Dessa vez o detetetive enfrentá um misterioso homem que utiliza magia do caos para concretizas seus planos sob o comando da própria Rainha ou seja lá que entidade esteja se escondendo sob sua pele!
Tá curioso? Fica tranquilo, em breve teremos resenha aqui na Zona!
Editora Mythos
Compila a edição #67 de Dylan Dog
P&B, 100 páginas, R$26,90
