Resenha Relâmpago: ESCALPO – VOLUME 2

O agente do FBI Dashiell “Dash” Cavalo Ruim foi forçado a voltar ao lugar do qual acreditou ter escapado anos atrás: a Reserva Indígena Rosa da Pradaria. Para derrubar Lincoln Corvo Vermelho, chefe do crime local, Dash se infiltrou como um dos capangas do mandachuva e descobriu que a reserva continua a mesma confusão envolvendo drogas, crime e tragédias. Quando a mãe de Cavalo Ruim é assassinada e escalpelada, a lealdade do agente duplo é colocada à prova e ele é levado ao limite, até não saber mais quem é amigo ou inimigo.

Nesse volume vemos um pouco mais de flashbacks do passado de Corvo Vermelho e Gina Cavalo Ruim, sua relação passada e como vieram a se tornar inimigos. Dash se envolve cada vez mais com Carol, a filha do Chefe Lincoln Corvo Vermelho, e isso significa descer na espiral de decadência junto com ela. Mas por que ela está no fundo do poço? Essa história é contada aqui. Franklin Queda D’água está de volta à força policial, após o atentado contra sua vida, mas Corvo Vermelho tem uma proposta que pode significar uma trégua temporária. O Chefe da reserva também está com sérios problemas quando um representante dos verdadeiros investidores por trás de seu opulento cassino dá as caras na reserva. Sr. Fodão é o seu nome, e o desfecho disso não poderia ser outro senão trágico. Também acompanhamos Dino Urso Pobre se envolvendo com o crime na Reserva e cruzando o seu caminho com o de alguns outros personagens já citados aí em cima, e isso não vai ser nada bom para o pobre rapaz no final das contas…

E na sequência dessa série incrivelmente cáustica, não há elogios a serem feitos que eu já não tenha tecido na resenha do volume anterior! Sigo dizendo que essa HQ é o mais próximo que um produto da cultura pop chegou do clima tenso da série Breaking Bad e também um resgate às séries do selo Vertigo que costumavam arrebatar o leitor da primeira até a última edição! Nos últimos anos a Vertigo perdeu a mão para isso, e perdeu esse posto para a Image Comics. Escalpo é uma exceção que merece sempre ser mencionada. Mistério detetivesco, crime e até uma boa dose de misticismo sem fantasia, apenas com base em todo um folclore indígena já existente. Em alguns momentos, entretanto, o leitor vai querer dar uma parada para engolir em seco ou enxugar uma lágrima. A Reserva Indígena Rosa da Pradaria, uma nação de terceiro mundo no coração da América, é palco de dramas pesados demais para a sensibilidade de alguns leitores: Descaso, abandono, desigualdade, tristeza, miséria, falta de perspectiva e desolação compõem o cenário por onde Dashiell transita para cumprir sua missão, e o mais doloroso em ler Escalpo é saber que Aaron está mais retratando a realidade do que criando um mundo existente apenas em sua cabeça…

Compila as edições #12 a #24 da série Scalped.
320 páginas. Capa dura.
R$ 120,00 (Puta merda! Haja promoção!)

Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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