O Clube da Esquina foi um dos movimentos musicais mais belos, ricos e relevantes já surgidos no Brasil. Bem, talvez classificar como ‘movimento’ dê a entender que foi algo organizado, planejado meticulosamente, quando na verdade tudo que aconteceu, da forma como aconteceu, foi obra de um delicioso acaso. Jovens que se uniram em torno do amor pela música, tendo em comum uma sensibilidade como dificilmente vimos se replicando posteriormente, e todos gravitando em torno de uma pessoa, ainda mais excepcional do que seus pares, já peculiares: Bituca para os amigos, ou Milton Nascimento para o mundo.
Esta HQ de Laudo Ferreira (roteiro e desenhos) e Omar Viñole (arte-final e cores) tem apenas um defeito: é curta demais! Em suas 48 páginas testemunhamos como surgiu o tal Clube da Esquina, um aglomerado de amigos, músicos e poetas. Vemos ilustrados também alguns causos envolvendo a trupe, composta por Lô Borges, Beto Guedes, Márcio Borges, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Wagner Tiso e outros, histórias envolvendo acontecimentos pessoais, histórias que vão do engraçado ao emocionante, passando por um ou dois momentos místicos que só a essência maior do universo pode explicar, bem como a origem por trás da composição de clássicos como “Canção da América”, “Paisagem da Janela”, “Travessia”, “Para Lennon e McCartney”. Um passeio pela alma de Minas Gerais, que é, na minha opinião, o estado mais poético e mágico de nosso lindíssimo e imenso país, englobando as décadas de 70, 80 e 90.
Histórias do Clube da Esquina é um registro modesto que cristaliza um momento único da história musical do Brasil. Com a nossa cultura cada vez mais combalida, tendo canções comerciais absolutamente abomináveis reinando no gosto popular, o leitor que entra em contato com essa HQ sente doses iguais de orgulho, tristeza e nostalgia de uma época em que artistas eram comprometidos, acima de tudo, com sua arte, sua visão e a autenticidade de sua produção. Uma geração única, um raio que não cai duas vezes no mesmo lugar, um grupo de jovens trovadores e poetas que traduziu com perfeição a alma de seu lar e de sua época. Eles foram Minas Gerais. E sempre serão.
Eduardo Cruz (eduardo_cruz_80)
Editora Devir.
48 páginas. Capa Cartonada.
R$29,00
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Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.
Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.