Resenha Relâmpago – LANTERNA VERDE #1, o buddy cop de Grant Morrison.

“Depois de todos esses anos e de tudo que já vi e fiz, bem que eu queria que fosse um teatrinho. Mas eu fui um desgraçado a minha vida toda.”

Hal Jordan.

Depois de uma longa fase de revitalização do personagem, e consequentemente de toda tropa, pelas mãos de Geoff Jonhs (Sociedade da Justiça, Flash), somos surpreendidos com uma Lanterna Verde #1 pelas mãos de ninguém menos que Grant Morrison (Os Invisíveis, Homem Animal). Assim que soube disso fiquei empolgado. A fase de GJ teve ótimos momentos, como a criação das diferentes tropas, a Guerra dos Anéis e a luta contra a tropa de mortos vivos em A Noite mais Densa. Não existem dúvidas de que o título foi trazido praticamente do limbo de volta ao topo de vendas da DC. Mas nenhuma boa fase é eterna e o título precisava de um novo folego, e a aposta da editora foi trazer um nome de peso.

Grant Morrison não é desconhecido de ninguém que já conheça o mundo dos quadrinhos e qualquer um que esteja acompanhando a ZN há algum tempo. Vez ou outra o escocês é citado aqui por suas obras ou como referência para algo. Acostumados a ver GM pirar em suas obras, o que temos aqui é uma primeira edição bem linear e bem longe da piração costumas do careca. Focado num estilo buddy cop, ele deixa bem clara a ideia de uma tropa mais próxima de uma polícia intergalática do que nunca, com interrogatórios, processos investigativos, relatórios e uma trama maior sendo revelada já na primeira edição.

O Hal Jordan de sempre…

A história começa com uma batida dos lanternas caçando uma quadrilha que acaba de assaltar um planeta cassino. Após o combate, um lanterna é gravemente ferido por um agressor desconhecido. Ainda na escolta dos criminosos até OA, as coisas dão errado e somos surpreendidos por uma referência a origem de Hal Jordan como Lanterna ao se deparar com a nave de um companheiro caída em solo terráqueo, assim como se deu com Abin Sur. Devido a isso, Jordan acaba se envolvendo com o caso e tomando cabo da investigação por vontade dos Guardiões. Daí em diante descobrimos que aquele roubo é apenas o ponto de partida para algo maior…

Devo confessar que a simplicidade do roteiro apresentado por GM me surpreendeu positivamente. O foco dele é total em fazer um paralelo com o grande estilo buddy cop que se tornou famoso por filmes como Máquina Mortífera, 48 horas, Tango & Cash entre outros. Outra coisa interessante sobre a abordagem de Morrison com a Tropa, é a infinita gama de possibilidades de boas tiradas e interações por conta das diversas raças que formam o contingente de OA. O clima de departamento policial fica muito evidente por conta dessas sacadas e o mosaico de espécies permite que a criatividade já conhecida do autor seja explorada.

A arte de Liam Sharp!

Com desenhos de Liam Sharp (Juiz Dredd, Death’s Head), que entregou uma OA que me lembrou muito as panorâmicas de LA em Blade Runner , a revista é muito envolvente na questão gráfica. Sharp tem uma arte que caiu como uma luva para a ideia de Morrison. E as escolhas de raças também são muito bem feitas, tendo destaque para um lanterna que é um vulcão humanoide! É importante ressaltar aqui o fato de que o título nacional compila duas edições da gringa, sendo uma publicação com periodicidade bimestral, um formato que me agradou, por nos livrar de mixes desnecessários e dar aquela folga pro orçamento. Lanterna Verde #1 me agradou bastante e recomendo o confere, torcendo para que se mantenha assim nas próximas edições.

Editora Panini
Compila as edições 1 e 2 de “Green Lantern”.
56 páginas, R$ 10,90
Capa cartonada.

Curtiu essa resenha? Então siga essa Zona nas redes sociais e não perca nenhum conteúdo! Textos todas as quartas, quintas e sextas.

Instagram: @zonanegativa2014
Facebook: Zona Negativa

Pedro Rodrigues
Perdido na vida há trinta anos, sem vocação pra ser "cult" e fã dos escritores britânicos. Estuda tarô, cabala, hermetismo, magia do caos e teoria da Mãe Piruleta que traz seu amor em três dias em território nacional. Em meio a tudo isso descobriu seu animal de poder, uma lontra albina. Lendo de bula de remédio a Liber Null e Necronomicon, seu propósito com a escrita é esvaziar a mente e evitar com isso a perda do seu réu primário.

Deixe um comentário