Resenha Relâmpago: Superman – As Quatro Estações

Antes do Superman e antes de Metrópolis, existiu Clark Kent, vindo dos céus em uma nave, adotado por um casal de humildes fazendeiros e criado como qualquer outro menino do Kansas. Mas Clark não era um garoto como os outros: Vindo de um planeta distante, a radiação de nosso sol amarelo alterou sua fisiologia e tornou Clark capaz de realizar feitos impossíveis para qualquer outro ser humano na Terra. Mas existem limites para alguém que pode tudo? Todo mundo conhece a origem do Superman, bem como suas aventuras como campeão de Metrópolis. Mas, e nesse intervalo? Como Clark veio a ser quem é, conhecer seus poderes e suas limitações? Como ele seguiu por esse caminho e assumiu a missão de protetor da humanidade? Superman – As Quatro Estações conta a história do personagem a partir de sua adolescência até o começo de sua fase adulta quando se torna repórter do Planeta Diário em Metrópolis. A mini série é dividida em 4 partes: Primavera, verão, outono e inverno, cada uma narrada por um personagem com forte influência na vida de Clark/Superman: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang.

Em 2018 Superman completa 80 anos, e a Panini comemora lançando várias HQs essenciais do Homem de Aço, entre elas, Superman – As Quatro Estações. É um bom começo. Vale dizer também que essa HQ inspirou totalmente a criação e as primeiras temporadas de Smallville, que depois degringolou mas agradou muito os fãs até certo ponto. A história humaniza nosso kriptoniano favorito sem adulterar seu cânone, ressaltando as qualidades pelas quais ele é tão querido por seus fãs. Um alienígena humano, demasiadamente humano, que vai de grandes demonstrações de poder a pequenas boas ações que salvam uma única vida, ou apenas confortam alguém desesperado, sem perder a inocência nem a ternura. Muito semelhante, aliás, ao terno Superman de “Grandes Astros Superman”, HQ da dupla Morrrison /Quitely. Quem é fã de Superman pode ter 100% de certeza que vai amar a história, vomitando arco-íris. Já quem não gosta tanto do personagem ou não curte o arquétipo do super herói todo poderoso, mas ainda assim puro e benevolente, pode não se conectar tão bem assim com a HQ. Além da história principal, essa edição da Panini tem mais três histórias curtas da mesma equipe criativa, publicadas anteriormente em outros títulos, sempre com essa temática sensível, inclusive a história onde Loeb homenageia seu filho Sam, falecido em 2005, aos 17 anos, após uma batalha contra um câncer ósseo. A edição também tem algumas páginas de esboços e três postais do Superman de brinde.

A autoria é de Jeph Loeb, com arte de Tim Sale, autores da excepcional trilogia Batman – O Dia Das Bruxas / O Longo Dia Das Bruxas / Vitória Sombria, e também da clássica (rsrsrsrs) trilogia das cores da Marvel: Homem-Aranha – Azul, Demolidor – Amarelo e Hulk – Cinza. Aqui eles continuam o bom nível, com mais uma história acima da média, e as splash pages de Sale fazem com que a gente passe por cada página beeeeem devagar, curtindo cada detalhe. A sensibilidade do roteiro faz o leitor pensar “Será esse o mesmo Jeph Loeb que escreve aquelas porcarias em 90% dos seus trabalhos nos quadrinhos?”. Pois é, sempre me perguntei como Loeb pôde durar tanto tempo na indústria de quadrinhos sendo tão ruim. Um dos poucos roteiristas que me deixaram com raiva ao terminar de ler uma de suas HQs (coff, coff, Os Supremos volume 3, coff, coff!), os trabalhos de Loeb com o artista Tim Sale são um caso à parte. Na verdade, eu diria que é a única maneira segura de se consumir uma história do Jeph Loeb: Apenas se ele estiver acompanhado de Tim Sale. Caso contrário, corra!!!

Compila as edições #1 a #6 da mini série Superman For All Seasons e as histórias curtas “When Clark Met Bruce”, “Prom Night” e “Sam’s Story”.

228 páginas. Capa Dura. R$ 74,00

Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

Deixe um comentário