Salve salve galera! Venho compartilhar com vocês minha leitura do dia nesta época pandêmica, que por sinal rendeu ótimas experiências. Como já sabem este é um texto resenha dessa incrível revistinha do Fantasma – sim! revista, porque ela é curta e leve, ou seja, ótima pra ler de qualquer maneira: com uma mão só, deitado, em pé, plantando bananeira. Não é como aquelas trolhas excessivamente luxuosas de capa dura que geram tendinites e entortam nossa estante. Ponto positivo para O Fantasma hehe -. Bom antes da falar da história quero falar sobre o que a tornou tão especial pra mim.
Quando você vai envelhecendo, ainda mais quando você curte ler bastante e quebrar a cabeça com ideias desafiadoras, é fácil cair na concepção de que as coisas de qualidade são aquelas que sempre nos fazem refletir sobre a vida, nos deixar em sinucas existenciais ou revoltado pelo sistema. Aplique isto a outras formas de arte também, no que concerne a forma de entretenimento e escapismo, e tô falando isto no bom sentido do termo.
Veja bem, nem todo dia a gente acorda um Rambo da vida querendo devorar os textos mais complexos da literatura na insana busca por dar algum sentido à vida. Nem sempre você está na vibe de quebrar a cabeça com pensamentos complexos, que rendem horas de reflexão e introspecção. Às vezes você só quer relaxar, mas ao mesmo tempo, não quer consumir lixo, é claro. E o Fantasma me fez sentir essa gostosa sensação de relaxamento, e ainda me proporcionando de quebra uma bela história de aventura e mistério.
Bem, esse é o segundo volume de histórias do nosso Espírito-Que-Anda com aventuras escritas em 2015 e 2016 por uma nova equipe criativa. O legal que nós vemos conservadas nessas novas histórias as características remetem à Era de Ouro do personagem, mas ainda assim não são cansativas, bem divertidas de acompanhar, e com uma arte fenomenal que traz um ar mais atual pras histórias, mesmo que em muitos momentos o traço lembre as histórias da DC dos anos 80. Mas no todo é um mix de emoções e revivals da mitologia do personagem para o nosso mundo contemporâneo.
Lembrando que o tom das histórias é mais na pegada da época de ouro, então temos o estereótipo do herói clássico, incorruptível, que não mata ninguém, que tem um alto senso moral, e personagens caricatos, e vilões não tão sádicos. Mas isto é proposital. De maneira nenhuma os autores tentaram equiparar o Fantasma ao atual formato de narrativa que a DC e Marvel levam, por mais que as histórias do Espírito-Que-Anda estejam recheadas de conteúdo político e trapaças e vinganças por parte de alguns personagens. Se você quiser saber mais sobre o volume anterior do Fantasma, clique aqui pra ler minha resenha.
Vamos às histórias…
A primeira história chama-se “Bilhete para a Liberdade”, com roteiro de Claes Reimerthi e desenho de Henrik Jonsson. Logo na primeira página temos uma arte sensacional do Henrik, é muito simbólica, as camas de desenhos envolvendo o Fantasma gigante como uma entidade acima de qualquer coisa, e logo abaixo a mansão muito bem desenhada, e os detalhes de seu interior também, coisa fina! E os tons escuros das cores dá aquele aspecto Dark bem legal em histórias que envolvem mistério e conspiração. Vejam vocês mesmos.
Em “Bilhete para a Liberdade”, o Fantasma, junto da advogada Grace Aniston, terão de combater uma organização que está liberando identidades novas (documentos forjados) para criminosos do Apartheid da velha Rhódia. É uma história curta, mas cheia de energia, cenas de ação e muito mistério sobre como essa organização tem atuado no submundo do crime. A narrativa gráfica é simplesmente incrível, a expressividade facial dos personagens é legal demais, e parando pra pensar os desenhos lembram um pouco o traço das primeiras histórias de Hellblazer na fase do primeiro roteirista, Jamie Delano.
Vai aí uns momentos fodas de “Bilhete para a Liberdade” pra você sentir um gostinho…
A Segunda História
A segunda história da revista chama-se “A Marca de Caim” e foi escrita por Philip Madden e desenhada por Rafael Ruiz Gilet. A premissa dessa história é a seguinte: Jack é um ex traficante de drogas que está tentando levar uma vida “deboaça” longe do crime. Numa nova vida nos Estados Unidos, agora casado, Jack decide visitar seu pai que mora numa fazendo em Bangalla para apresentá-lo a sua esposa, mas ao chegar recebe a notícia de que seu Coroa morreu. Reviravoltas ocorrem até o momento em que Jack decide ficar com a fazenda de seu pai e cuidar da plantação, que logo em seguida, misteriosamente é queimada, quem está por trás disto? Uma rede de chantagens e conspirações aparecem na trama… e o fato de Jack ser um ex-criminoso não ajuda, né? É aí que o Fantasma entra pra botar ordem na casa!
Os desenhos de “A Marca de Caim” são um poucos mais cômicos, mas repletos de detalhes e movimentos, parece que você está assistindo a curta-metragem. O roteiro é bem desenvolvido também, não é nenhum bicho de sete cabeças, mas tem aquele sabor clássico que eu mencionei lá em cima, e a trama te mantém querendo saber o que vai rolar na próxima página, sem perder a sua atenção.
Sinta um pouco “A Marca de Caim”
É isso, quando você na embarca na história, sem preconceito e a narrativa te amarra, com certeza ótimas experiências de leitura vem por aí. Durante o momento de contemplação do quadrinho, me diverti com várias passagens das histórias, fiquei curioso pelos mistérios que apareceram, e de como nosso protagonista faria para resolver os crimes e combater a vilania. Leitura despretensiosa que me cativou pra cacete, e que melhorou meu dia sem sombra de dúvidas… e você já leu algo de forma despretensiosa e que melhorou o teu dia? Conta aí pra gente nos comentários e até breve!
Editora: Mythos
Número de páginas: 52
Papel tipo jornal
Preço de capa: R$ 12,90