Resenha Relâmpago: AS GRANDES AVENTURAS DE TEX VOL. 1 – A MORTE DE LILYTH

Quem não conhece Tex? Todo mundo né?! Se não conhecem, deveriam começar por esta HQ então. Agora, alguém sabe dizer quem é Lilyth? Não, não é a personagem mitológica, mas sim a esposa de Tex e que dá origem a história que tenho em mãos. Ela é a filha do chefe dos índios Navajos e o salvou da fúria de seu pai, praticamente o obrigando a casar com ele. Mas o amor entre os dois logo tornou-se recíproco. Tex então teve uma posição de ascendência a líder dos Navajos e a alcunha de Águia da Noite que mantém desde então.
A história escrita e desenhada pelos mestres Bonelli e Galleppini veio para preencher um vazio sobre o rápido momento da história de Tex em que ele teve um amor. A época Bonelli considerava que pares românticos seria um empecilho as histórias de Tex, mas ao longo do tempo se fez necessário contar um pouco mais deste momento tão sofrido e marcante na vida do personagem.

A trama é dividida em duas partes, a primeira, um longo flashback na qual constitui a trama principal, que é como se deu a Morte de Lilyth, o sofrimento de Tex e sua busca por justiça que não fora aplacada, mesmo após uma intensa caçada aos moldes bonnelianos de fazer faroeste. A segunda parte desta trama já no presente, Tex tem a chance de enfim emplacar sua vingança ou justiça e cumprir sua promessa. A história em si não foca muito na personagem de Lilyth, mesmo aqui ela é uma coadjuvante, sua presença na trama serve para elevar a carga dramática com que Tex tem de lidar, fazendo com que o leitor sinta a mesma dor e esteja junto nesta caçada e ansioso pelo clímax e desfecho favorável ao senso de justiça.

O destaque fica por conta do cuidado com que Bonelli constrói essa trama, para que seja um momento marcante e que satisfaça o mais rigoroso leitor de Tex, o respeito que o escritor tem para com seu leitor. Algo digno de ser relembrado sempre dado o modo desleixado com que muitos profissionais do ramo tem deixado a desejar. É uma característica da Bonelli, trazer excelência no que se dispunham a fazer, essa é a fórmula do sucesso que dá certo até hoje. Ler uma história de Tex nos dias de hoje é tão prazeroso quanto em sua época de ouro, faço o convite a todos. É uma leitura que agrada dos mais exigentes até os novos leitores. Esta não é uma história revival para encher linguiça e preencher essa lacuna sentimental do personagem, a história é grande, complementar, agregadora dentro da cronologia do personagem e porque não uma das melhores, tão bem aclamada pelos leitores mais assíduos. O que temos em mãos é um pedacinho de carinho de Bonelli e Galleppini para com seus leitores em uma fantástica edição com um texto introdutório de Júlio Schneider, editor texano de longa data do personagem e ávido fã, pra colecionador nenhum botar defeito.

Texto por Conde.

Editora Mythos.
312 páginas. Capa dura, papel off-set.
R$ 69,90

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Minuteman ZN
De vez em quando, um minuteman convidado aparece aqui na Zona Negativa para resenhar um quadrinho, ou para publicar a próxima matéria que irá, por fim, explodir sua cabeça, subverter a realidade e nos levar ao salto quântico para o próximo nível dimensional. Não sabemos exatamente quem são essas pessoas, a não ser que elas abram mão do anonimato e decidam assinar seus verdadeiros (??) nomes ao final do texto. Mas francamente, 'quem' elas são não é o preocupante. Preocupe-se com as palavras delas, que rastejam lentamente para dentro da sua cabeça. Todos são minutemen. Ninguém é minuteman.
O grande irmão está de olho em você. Aprenda a ser invisível.

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