Resenha Relâmpago: HELLBOY E O B.P.D.P. 1954.

Só porque morreu e foi pro inferno não quer dizer que a gente vai ficar sem histórias do nosso cramulhão favorito, certo? partindo de Hellboy e o B.P.D.P. 1952, e sua sequência, 1953 (dããã!), chega o terceiro volume das primeiras missões do Vermelhão, cronologicamente falando. Não vou enganar ninguém, não tem novidades aqui: É a mesma rotina de sempre no Bureau de Pesquisa e Defesa Paranormal, mas a diferença está no protagonista, um Hellboy que, se já não é mais tão mané e inexperiente como vimos nas citadas edições anteriores, também ainda não é o exímio agente pau-pra-toda-obra-resolvedor-de-tretas-impossíveis que conhecemos lá em Sementes da Destruição, a primeira mini série publicada do personagem, ambientada já no longínquo ano de 1994. Mignola nos oferece um passado do personagem, que se pelo lado da ação não traz nada de novo em relação ao que vimos nos últimos 20 anos de Hellboy, cativa e traz um frescor de novidade por não sabermos exatamente como esse Hellboy garoteador pode reagir às ameaças com que se depara. Esse volume contém as histórias:

  • 1954: Sol Negro – Esse volume já abre muito bem com uma história de Hellboy que tem tudo pra dar certo: Monstros mutantes, discos voadores, Terra oca e nazistas! Se melhorar estraga! Escrita a quatro mãos por Mike Mignola e Chris Roberson (o criador de iZombie), Sol Negro é pura diversão e faz menção a algumas pontas soltas de Hellboy e o B.P.D.P. 1953. A arte é de Stephen Green, bem competente.
Arte de Stephen Green.
  • 1954: A Fera Intransigente – Também da dupla Mignola/Roberson. Um caso de assombração/possessão, envolvendo sórdidos segredos de família e um fantasma bastante incomum. História bacana, com um clima tenso, que o artista Patric Reynolds – um ilustrador veterano no Hellboyverso – ajuda bastante a compor com sua arte bem sombria. Nunca antes um fantasma de um macaquinho raivoso foi tão assustador heheheh.
Arte de Patric Reynolds
  • 1954: Lua Fantasma – Uma história meio chatinha, um tanto arrastada e verborrágica demais, envolvendo folclore chinês. Na minha humilde opinião, história muito qualquer coisa, bem aquém do que uma história de Hellboy pode oferecer. Nem a arte de Brian Churilla conseguiu brilhar tão bem, de tão fraco que é esse roteiro da dupla Mignola/Roberson. Mas se for parar pra pensar que é a primeira história fraca de Hellboy em 20 anos lendo o personagem, estatisticamente falando, tinha que acontecer uma hora dessas, né? 😄
Arte de Brian Churilla
  • 1954: O Espelho – História bem curta, com uma típica mansão mal assombrada, um típico passado demoníaco envolvido, e uma ameaça monstruosa típica, mas com uma reação um tanto inesperada por parte do Hellboy. Ainda assim, uma delícia de história, e muito se deve principalmente pela narrativa gráfica do deus (ou demônio, como queiram) Richard Corben. Temos a parceria Mignola/Corben em ação aqui mais uma vez. E não decepciona.
Arte de Richard Corben

Além das histórias, o volume vem com os já costumeiros sketches dos artistas envolvidos nas histórias e o sempre muito bem elaborado Glossário Arcano, pra ajudar a dar uma clareada em quem porventura se perca em referências a eventos passados em outras histórias ou referências obscuras de mitologia, uma gentileza que a Mythos faz desde o primeiro volume das Edições Históricas.

Além disso,ao fim temos uma entrevista com o roteirista Chris Roberson e os artistas Stephen Green e Brian Churilla, onde eles falam um pouco sobre como foi auxiliar na arquitetura de um pouco do enorme universo de Hellboy. Olha, se o Mignola pretende contar ano a ano essas histórias até chegar a 1994, ano de Sementes da Destruição, aguardem por DÚZIAS de Hellboy e o B.P.D.P. no futuro heheheheh… 👿.

Eduardo Cruz (eduardo_cruz80)

Editora Mythos
Capa dura. 156 páginas. R$72,90

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Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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