Resenha Relâmpago: JOHN CONSTANTINE: HELLBLAZER AMALDIÇOADO VOLUME 5 – CINZAS E PÓ NA CIDADE DOS ANJOS.

Antes de começarmos a falar de gibizinho aqui, preciso matar um pouco da inocência de vocês e trazer um dado importante (porque aqui tem informação!): De acordo com o Dicionário Informal “BDSM é um acrônimo para Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo. O BDSM tem o intuito de trazer prazer sexual através da troca erótica de poder, que pode ou não envolver dor, submissão, tortura psicológica, cócegas e outros meios. Por padrão, a prática é provocada pelo(a) Dominador(a) e sentida pelo(a) Submisso(a). Muitas das práticas BDSM são consideradas, num contexto de neutralidade ou não-sexual, não agradáveis, indesejadas, ou desvantajosas. Por exemplo, a dor, a prisão, a submissão e até mesmo as cócegas são, geralmente, infligidas nas pessoas contra sua vontade, provocando essas sensações desagradáveis. Contudo, no contexto BSDM, estas práticas são levadas a cabo com o consentimento mútuo entre os participantes, levando-os a desfrutarem mutuamente. O conceito fundamental sobre o qual o BDSM se apóia é que as práticas devem ser SSC (Sãs, Seguras e Consensuais). Atividades de BDSM não envolvem necessariamente a penetração mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões geralmente são permeadas de sexo. Em geral o limite pessoal de cada um não é ultrapassado, apesar de pedir para o dominador parar não adianta, pois faz parte, para esse fim é utilizada a SAFEWORD (palavra de segurança) que é pré-estabelecida entre as partes.”. Pronto. Finalizado o momento wikiperversão, vamos à resenha.

Brincadeira de adulto tem outro nome: Sacanagem…
Constantine morreu. É eu sei, ‘De novo?”

O BDSM se popularizou na cultura pop de uma forma não muito legal, predominando o tom de escárnio e chacota, e a cultura do BDSM foi associada a personagens cômicos em filmes ou séries, normalmente gente de meia-idade careca demais em cima e peluda demais embaixo usando apetrechos de couro, ou a jogos sexuais de casais caretas suburbanos querendo apimentar ou reacender a relação, normalmente gente de meia-idade fora de forma e usando os tais apetrechos de couro. Azzarello resgata o BDSM aqui, restaurando-o ao status de cultura underground, ambientando o evento principal da história em um sórdido clube de sexo de Los Angeles que subitamente se transforma em uma cena de crime estilo Arquivo X. Entre cenas de golden shower, depoimentos de testemunhas lascivas, meninas que não são meninas e o divertido pastiche de Bruce Wayne/Batman (O roteirista ainda deu uma pista monstro quando envolveu aqueles morcegos de estimação na história caso você seja retardado e não tenha percebido a referência 🤣) que é o grande antagonista dessa fase, Azzarello não perdeu a mão e entregou mais uma fase memorável. Ah, e aqui vemos novamente o terror de alguns leitores mais sensíveis: O Constantine Bissexual ataca novamente rsrsrsrs.

Esse golden shower tem o selo presidencial de aprovação.
E com essa história, John Constantine perdeu 374.659.859.763 fãs no Brasil…
O agente Turro trabalhando Duro.

Azzarello mostra que entende de Hellblazer e não faltam generosas doses de magia, picaretagem e carnificina, e neste volume ainda temos uma bela dose de putaria. Constantine faz sua jogada final contra o bilionário Stanley Manor, que descobrimos ser o responsável por sua prisão lá no começo do run, no primeiro encadernado da fase Amaldiçoado (que o Johnny Garaza resenhou, lembram?). O agente do FBI Frank Turro, no calcanhar de John desde o início do run, também encontra aqui seu desfecho. Azza fecha as pontas soltas e deixa tudo arrumadinho pro próximo roteirista a assumir a série. Ele para de brincar com o leitor e joga logo o resto das peças desse quebra cabeça que construiu envolvendo o trio de irmãos do arco Boas Intenções e os desdobramentos do arco Highwater – Pecados do Passado. A arte aqui continua sendo de Marcelo Fruisin – aquele genérico de Eduardo Risso que a gente adora – e de bônus o encadernado tem duas histórias curtas também escritas pelo Azza, uma com arte de Dave V. Taylor e outra desenhada por Rafael Grampá, brasileiro que dispensa apresentações. Olha, vou dizer que para o primeiro roteirista americano que a série do mago inglês teve (o segundo foi Jason Aaron, com a história em duas partes Newcastle Calling), não foi nada mal. Não podemos dizer que foi a melhor das fases de Hellblazer porque Jamie Delano chegou primeiro, mas perto do que a DC faria com o personagem nas décadas seguintes, foi bem positivo. Mais uma fase da HQ completa no Brasil, agora vamos à fase Mike Carey (Lúcifer), da qual falávamos tão mal no passado, mas que hoje parece genial perto das fases DC You e DC Renascimento :>P.

Arte de Dave V. Taylor
Arte de Rafael ‘Mesmo Delivery’ Grampá…

Ah, e a propósito, minha palavra de segurança é “RASPUTIN!!!!!“…

<Esse post é dedicado ao nosso amigo e leitor Gabriel S. Mendes, de Maceió – AL. Espero que a explanação sobre BDSM tenha sido instrutiva 🤣🤣🤣>

Eduardo Cruz (@eduardo_cruz_80)

Editora Panini.
Compila as edições 170 a 174 de John Constantine: Hellblazer, uma história curta de Vertigo Secret Files e outra de Hellblazer 250.
144 páginas. Capa cartonada.
Preço de Capa R$ 23,90

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Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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