Resenha Relâmpago: JUSTICEIRO – NO PRINCÍPIO

E, deixando a zoeira pouco de lado, em minha humilde opinião, temos aqui um CLÁSSICO da Marvel! Garth Ennis salvou o maior anti-herói da Marvel de uma década de histórias sofríveis e uma trajetória cada vez mais esdrúxula na cronologia do personagem quando começou a escrever o personagem, e o fez com gosto: Deu relevância e profundidade ao personagem, apesar de à primeira vista o Justiceiro parecer um personagem superficial com uma motivação de vingança rasa. Frank Castle é retratado como um homem perturbado, mesmo antes de sua tragédia pessoal, em uma cruzada onde quem pratica o crime é severamente punido. Ennis constrói o Frank Castle definitivo, um homem beirando os sessenta anos, endurecido muito antes da guerra do Vietnã, com um código moral ainda mais rígido que o Batman sexagenário de Frank Miller, e certamente muito mais letal. Este encadernado compreende três arcos de histórias:

* Nascido para Matar – Fora da numeração do título MAX, a mini série fechada “Nascido Para Matar” é uma espécie de prelúdio para o Justiceiro. Ambientada na Guerra do Vietnã durante o terrível cerco da base de Valley Forge, a história marca o momento em que Frank Castle abraça em definitivo seu monstro interior e sua vocação de matar o inimigo, ingressando em sua guerra sem fim… Arte de Darick “Transmetropolitan” Roberson.

* No Princípio – Um antigo parceiro de Castle reaparece justamente quando ele planeja um grande massacre entre os chefões da máfia italiana em Nova York. Mas quem são e o que querem esses indivíduos com um homem tão perigoso quanto o Justiceiro??? A arte aqui fica por conta de Lewis Larosa.

* Inferno Irlandês – Quando algumas facções rivais da máfia Irlandesa entram em choque por conta de uma misteriosa “herança”, Frank vê a oportunidade perfeita para realizar mais uma limpa, e dessa vez na Cozinha do Inferno. Vai sobrar até mesmo para o IRA… A arte deste arco é de autoria de Leandro Fernández.

Claro, existem os pequenos vícios Ennianos, que o roteirista não resiste a utilizar nas histórias: O grotesco exagerado, piadas de cunho sexual que parecem ter sido escritas por um adolescente e outras “sujeirinhas”, como se para uma HQ ser considerada adulta precisasse ter como principais requisitos violência e sexo. Mas não é nada que impeça o leitor de considerar esta uma fase memorável para o personagem, bem como um marco dentre os títulos de temática adulta publicados na Marvel. Na falta de “Vigiar e Punir”, de Michel Foucault, esse encadernadão aqui quebra o galho se o leitor quer subsídios para reflexões a respeito de noções de crime e castigo heheheheheh…

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388 páginas. Capa dura.
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Eduardo Cruz
Eduardo Cruz é um dos Grandes Antigos da Zona Negativa, ou sejE, um dos membros fundadores, e decidiu criar o blog após uma experiência de quase-vida pela qual passou após se intoxicar com 72 tabletes de vitamina C. Depois disso, desenvolveu a capacidade de ficar até 30 segundos sem respirar debaixo d’água, mas não se gaba disso por aí.

Ele também tem uma superstição relacionada a copos de cerveja cheios e precisa esvaziá-los imediatamente, sofre de crises nervosas por causa da pilha de leitura que só vem aumentando e é um gamer extremamente fiel: Joga os mesmos games de Left For Dead e Call of Duty há quase 4 anos ininterruptos.

Eduardo Cruz vem em dois modos: Boladão de Amor® e Full Pistola®.

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