Vou falar uma coisa pra vocês, esta HQ do Detetive do Impossível parece conter algum tipo de feitiço para manter o leitor preso no enredo. Nesta edição temos mais ação, tiroteio, suspense e reviravoltas impressionantes, tudo está ainda mais intenso e arrepiante do que na edição anterior (caso não tenha lido clique aqui, assim poderá entender esta resenha), mas preciso concordar que para tudo isto não precisa feitiço, apenas uma ótima equipe criativa (que se mantém a mesma da edição #8), com ótimas ideias e uma excelente habilidade de execução bastam para termos uma grande história.
Martin Mystère e o mercenário Peter Schubert continuam sua busca para descobrirem quem está por trás do assassinato de Bobby (o filho de Peter), e entenderem o fim que suas pesquisas sobre a agressividade tomaram. Logo no início temos a dupla dinâmica ( Serio mesmo, Martin & Peter dão uma dupla melhor que o Batman & Robin, e acho um bom nome pra dupla Sertaneja também.) entrando no prédio do Instituto Mendel com tudo, enfrentando diversos guardas, porradaria e tiroteios comem soltos aqui. É muito importante ressaltar que o ritmo do quadrinho está muito bom, além do aprofundamento na história existe grande ação do início ao fim, tudo bem dosado, você começa e não quer parar de ler.
No decorrer da trama, a dupla dinâmica vai se envolvendo num lamaçal de conspiração e terror, além de precisarem se virar nos trinta para sobreviverem a um batalhão de seguranças de uma máfia. Martin então se impressiona ao perceber o jogo sujo em que está metido, onde as guerras em países instáveis tornaram-se o motor de toda aquela bagunça, tudo faz parte de um jogo maniqueísta pelo poder, e isto é muito interessante na HQ, explorar o contexto político da realidade gerando aquelas reflexões nos leitores como “Caramba, isto pode estar acontecendo mesmo aqui no meu mundo!” e dar aquele estalo na mente para a pessoa ir atrás pesquisar por conta própria. Tudo bem desenvolvido e sem levantar bandeira pra nenhum lado.
Outro ponto chave fundamental é a explicação durante a narrativa de como era a relação de Peter com a de seu falecido filho Bobby Schubert, de como esta relação foi profundamente influente para despertar no mercenário a sua humanidade e dá-lo um sentido e importância para a vida, estes momentos melancólicos na HQ trazem uma dinâmica muito inteligente fazendo com que a obra tenha uma profunda ressonância emocional. O desfecho desta história é de arrancar soro dos olhos (claro se você for daqueles que chora até com o sono dos peixes, heheh).
O que mais gosto nas edições de Martin Mystère é que as histórias são muito bem desenhadas, atreladas a um roteiro fantástico de ritmo fabuloso, tudo em apenas 98 páginas, deu pra entender? Noventa e Oito Fucking Páginas, bicho! Além de que esse formato projetado pela editora Mythos facilita a leitura em praticamente qualquer lugar. Eu posso apreciar as grandes histórias de Martin no ônibus indo a um manicômio, por exemplo (O que foi? Nunca foi a um manicômio?). Com certeza “O Matador Irrefreável” é uma das mais emocionantes e bem executadas histórias desta série de Martin Mystère, a narrativa mantém e supera a qualidade da edição anterior, sem dúvida, vale muito a pena a leitura! E caso você já tenha lido, deixe nos comentários o que achou. Até a próxima!
Texto por Goes Murdock (instagram: @murdockgoes)
Editora Mythos.
98 páginas.
Capa mole comum.
Preço de capa: R$26,90
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