Resenha Relâmpago: TEX WILLER Nº 5 – OS DOIS DESERTORES

Quando me aventaram a possibilidade de ler uma HQ de Tex que falasse do passado do personagem, de um tempo onde ele era considerado um fugitivo, um pistoleiro, um justiceiro, eu pensei que seria maravilhoso saber mais do personagem. Eu tenho por mania de sempre querer saber de um personagem partindo do princípio, com Tex não foi diferente. A coleção Tex em Cores da Mythos trouxe isso, mas ainda nesta coleção, logo no 1º número Tex já é convidado a participar do corpo dos Rangers, e ainda que relutante, ele pôs a estrela no peito e hoje em dia sabemos que Tex dobra o sistema de modo a buscar a justiça ao seu modo. Pouco sabemos do passado do personagem e essa nova série traz um leque de possibilidades e aventuras. Encabeçada por Mauro Boselli, editor atual do personagem, criador de Dampyr, conhecido pela longeva passagem por Zagor, outro título western, não poderia haver escolha melhor. Desenhos de Bruno Brindisi, desenhista conhecido de Dylan Dog.


A trama traz todos os elementos bonellianos do passado, parece que o autor se preocupou em reproduzir alguns costumes do personagem de quando a HQ estava nos seus primórdios, como uma boa briga após uma provocação e acordar um bandido com fósforos entre os dedos. Apesar da história mostrar um Tex jovem (Isso está na capa da edição!), o personagem me parece bastante maduro, o que acho até certo ponto um erro. É claro que Boselli se preocupou em explorar uma falha ou outra do personagem, mas quem lê Tex há muito tempo sabe que ali tem um Tex maduro, com a diferença de ainda ser um lobo solitário. Os desenhos de Brindisi se preocuparam em trazer um rosto limpo e jovial do personagem, mas que não se assemelha ao Kit Willer por exemplo, a personalidade de Tex é mantida, sobretudo na serenidade do olhar e sorriso sarcástico ao lidar com os bandidos, belo trabalho de percepção estética em retratar este momento da história do personagem.

Tex arteiro
Tex brigão
Tex galã
Erro de principiante

O mote da HQ me parece contínuo, o que diferencia das tramas usuais de Tex com início, meio e fim. Aqui está claro que houve sequência da trama anterior e há uma sequência posterior. Não que seja a mesma história, mas agregando traços de elementos que irão se somando. O que me parece ser algo correto também, pois é válido que a construção de um personagem passe por esses acúmulos de situações que culminam no aumento da experiência do personagem, concedendo-o mais profundidade. Outro ponto importante que achei importante comentar é que Tex faz menção a uma tragédia familiar, o que o tornou o que é hoje, esse fugitivo da justiça. Confesso não ter lido os 4 números anteriores, mas pelo modo como a HQ está sendo contada, acho bastante provável que isso já tenha sido relatado, o que faz com que o leitor que está lendo essa resenha agora deva se preocupar em adquirir o Nº 1 desta série para melhor sorver uma trama continuada.

Caray, o meme pronto.

Texto por Conde.

Editora Mythos.
68 páginas. Lombada quadrada, formato italiano, papel jornal.
R$ 14,90

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