Minha relação com o universo de Game of Thrones nunca foi lá muito boa. Por diversas vezes tentei assistir à série por se passar num período da história que eu acho interessante, mas a verdade é que achei uma série chata, verborrágica e sem atrativos. Naturalmente acabei evitando qualquer produto que tivesse a menor relação. Até que um dia, passeando no Shopping, vi uma feira de livros daquelas bem básicas onde mal tinha coisa que prestava. Entre pilhas e mais pilhas de coisas velhas e encardidas que ninguém compra, achei essa HQ, que por mais que tivesse “George R.R. Martin” estampado na capa, chamou minha atenção. Afinal cavaleiros andantes sempre me chamaram atenção e se essa história não fosse sobre um, eu processaria Deus e o mundo por conta da propaganda enganosa.
Na minha infância eu amava a história do Ivanhoé e até hoje sou fascinado por Dom Quixote, então interesse e referências nesse sentido não me faltam. Mas eis que eu enrolei uns bons meses (ou até anos) para iniciar a leitura. Não que eu não tivesse interesse, mas me faltava coragem mesmo. E como meu suprimento de HQs do Deadpool e Venom acabou, eu tive que começar a diversificar, né? Admito que iniciei a HQ com muito preconceito e medo, mas surpreendentemente a leitura rolou muito tranquila e eu não consegui parar até chegar na última página.
Tudo bem, o ritmo foi meio lento nas primeiras páginas e apesar da arte ser espetacular, nem ela era capaz de salvar alguns diálogos meio estranhos. Mas depois do primeiro capítulo eu já estava lá, com a minha lança na mão, empolgadaço e pronto pro combate (Eita, pegou mal, né? kkkk). Apesar de fazer parte do mesmo universo dos famosos livros e da série, aqui o foco não é tão grandioso nem tão entediante quanto uma porra de um trono escroto. É simplesmente um homem tentando sair da merda para se tornar um cavaleiro de prestígio. E só. Sem firulas desnecessárias de linhagem, sexo polêmico, poder e essas coisas. Trazendo assim uma jornada muito mais honesta e pessoal, causando facilmente um vínculo da motivação do personagem junto ao leitor.
Feliz ou infelizmente, me sinto ansioso para ler o próximo número, pois fui fisgado por essa história. Claro que já imagino que o protagonista vá morrer no próximo volume, pois até onde sei, George R.R. Martin não é o cara mais criativo do mundo para sair de suas próprias fórmulas. Se isso vai funcionar ou não, eu não sei, mas quando eu ler o volume dois eu conto para vocês. Beleza?
Ah, antes que eu esqueça, gostaria de falar uma coisa sobre a Crônicas de Gelo e Fogo: Eu tenho tanta vontade de iniciar a leitura quanto o autor tem em terminar o último livro. Só isso mesmo. Tchau!
Texto por João Garaza (instagram: @joaogaraza)
Editora Leya Brasil.
Compila as edições #1 a #6 da minissérie The Hedge Knight
184 páginas.
Capa cartão.
R$44,90
Garaza tem um senso de humor exótico. (Algo entre tio sukita e pessoa que devia estar internada) Começou a ler HQs em 2006 e desde então acumula pilhas e mais pilhas de celulose superfaturada.
Fã do Capitão América, Deadpool, Batman e Lobo. Apreciador de autores e histórias despretensiosos.
Gosta também de passeios ao pôr do sol, andar de mãos dadas e está a procura de um novo amor. Joga a foto pra direita pra gente dar match!
;)