Resenha Rêlampago: HELLBOY: PARAGENS EXÓTICAS (OMNIBUS, VOL.2)

Que atire a primeira pedra quem nunca viu o Hellboy de 2004. Fala sério, o filme é um clássico e fez com que muitos brasileiros, inclusive eu conhecessem e passassem a admirar o personagem. Claro que depois de conhecer as HQs do vermelho rabudo, você passa a ver que as três adaptações para o cinema não são perfeitas, mas até mesmo a mais criticada de todas (a de 2019, claro…) tem lá seus pontos positivos.

Desde 1998, a editora Mythos publica as histórias que deram origem à essas obras do cinema, mas depois de 21 anos, eles têm a ousada idéia de seguir os modelos estadunidenses de compilados em formato gigantesco, os chamados Omnibus, lançando respectivamente Hellboy Omnibus volumes 1 e 2. E cara, vou te enganar não, mas tanto o trabalho gráfico, quanto a qualidade das histórias são matérias difíceis de se encontrar por aqui. Então antes de começar a resenha dá uma procurada por aí pra ver se consegue garantir as suas. Tá imperdível de verdade.

“- Mas Garaza, por que você começou resenhando o segundo e não o primeiro volume?” – Você me pergunta.
Ora, porque começar pelo primeiro volume é mó clichê, né? Eu queria inovar um pouco.
Tá, é mentira, é tudo culpa dos Correios que entregaram o segundo volume antes do primeiro, e como sou ansioso, li essas 420 páginas num dia só, pulando em cima do computador em seguida para criar essa resenha, (não literalmente, isso teria destruído meu PC) de forma a tentar exprimir tudo que senti durante minha prazerosa leitura. Tão, mas tão prazerosa que parece ter sido criada por um verdadeiro mestre cuca da literatura.

Vamos aos ingredientes:

  • 6 xícaras de aventura de tirar o fôlego.
  • 6 colheres de sopa de humor de primeira.
  • 6 litros de horror horrivelmente horroroso.
  • 2 colheres de sobremesa de nazistas.
  • 3 colheres de sopa de Heavy Metal.
  • 600 ml de fogo infernal.
  • 350 gr de personagens intrigantes e bem desenvolvidos.
  • 200 ml de loucuras intermináveis.

Modo de preparo:
Cara, se eu soubesse, estaria ganhando muita grana por aí, mas pelo que entendi, você mistura tudo isso, taca no fogo e pronto, você criou uma obra colossal e deliciosa de ler que rende várias porções generosas.

Esse segundo volume trata de continuar e amarrar alguns ganchos do primeiro volume (e outros arcos) Mas o grande pulo do gato é fazer isso de forma a criar enredos simples que complementam, mas não dependem completamente de volumes anteriores ou posteriores para se tornarem interessantes ou compreensíveis. Mike Mignola, como poucos, consegue dominar arte e roteiros. Ambos com traçados simples e bem definidos, de forma a entreter ao mesmo tempo que faz o leitor refletir sobre questões profundas. Claro que o criador do personagem não seria bobo de monopolizar as ilustrações da série, sempre convidando artistas incríveis para criar composições e artes maravilhosas. Nessa edição mesmo, ele dividiu o lápis com dois talentosíssimos desenhistas: Gary Gianni, que tem a capacidade de transportar qualquer leitor à tempos mais distantes de forma altamente competente. E com o monstro dos monstruosos quadrinhos de monstros, Richard Corben. Esse daí tem tanta habilidade que consegue transformar suas formas humanóides disformes em grandiosos arrepios. (Sério, o cara é foda.)

Sobre o conteúdo em si é fácil me empolgar e contar detalhes e mais detalhes de tudo, fazendo você, meu caro leitor, gastar seu suado dinheiro apenas para ler algo que eu pobremente narrei. Maaaaas posso dar pequenas pistas, dizendo que nessa edição tem o meu tipo favorito de nazista, que é aquele que apanha até não agüentar mais. Tem também viagens fantasmagóricas pelo tempo, viagens a terras fantásticas, (Lógico, lê o nome, né? “Paragens exóticas”) Tem também muito horror sobrenatural, seres bizarramente poderosos e vários seres poderosamente bizarros. E, sem exageros, mas tudo isso é mostrado de forma alucinante sem perder o ritmo em momento nenhum.

No mais só me resta aguardar ansiosamente pelo primeiro volume, torcer para que o terceiro seja publicado logo e ter fé que você não vai dar mole de deixar essa edição linda e cheirosa escapar. Até a próxima resenha, meus zonegativeiros…

PS: Mythos, te amo, sua linda! Kkk

Texto por João Garaza (instagram: @joaogaraza)
Editora Mythos. 
Compila as edições de Hellboy: The right hand of doom, Being Human, Conqueror worm #1 ao #4, The third wish #1 e #2, The Island #1 e #2 e Hellboy: Into the silent sea.
420 páginas. 
Capa cartão. 
R$99,90

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João Garaza
Bacharel em publicidade, ator, diretor e escritor que não se destaca em nenhuma dessas áreas.
Garaza tem um senso de humor exótico. (Algo entre tio sukita e pessoa que devia estar internada) Começou a ler HQs em 2006 e desde então acumula pilhas e mais pilhas de celulose superfaturada.
Fã do Capitão América, Deadpool, Batman e Lobo. Apreciador de autores e histórias despretensiosos.
Gosta também de passeios ao pôr do sol, andar de mãos dadas e está a procura de um novo amor. Joga a foto pra direita pra gente dar match!
;)

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